O nome de origem indígena (pira – “peixe”, pe – “rio” e tinga – “branco”) dado ao rio que atravessa o município, devido à grande quantidade de peixe branco ali existente, passou mais tarde ao povoado ali surgido. Sendo comuns as denominações indígenas na região, supõe-se terem ali vivido os Puris da nação dos Tamoios. Não se encontraram, porem quaisquer vestígios dos silvícolas. D. Ana Luísa de Assis, viúva de Manoel João da Silveira, herdou parte da Sesmaria Solidão, indo suas posses dos contrafortes da serra Bonita (Estado do Rio de Janeiro) às terras além do rio Pirapetinga. Para ligar as terras separadas pelo rio, mandou colocar uma sapucaia lavrada, tão larga, que por ela transitavam não só pessoas, como também o gado de sua propriedade. Visitando margens opostas do rio, gostou da região resolvendo transferir para ali sua moradia. Próximo à sua casa, mandou erigir uma capela à Santa sua padroeira – Sant’Ana – rezando-se, em seu natalício, a primeira missa nestas paragens. Era o ano de 1850.

Vieram parentes de D. Ana, construindo casas junto à dela, formando, assim, um núcleo de 12 moradias, núcleo este que se chamou Sant’Ana do Pirapetinga. Já em 1860 vieram posseiros que requereram sesmarias, entre os quais o alferes Gabriel Ferreira Souza, avô do atual Prefeito Municipal, e Antônio Vieira de Souza, que adquiriram terras na hoje fazenda do Engenho, montando a primeira máquina de beneficiar arroz e café e a primeira serraria. Mais tarde, uma das herdeiras de Antônio Vieira – Dona Policena, – casada com Antônio Bernardo da Silveira, filho de D. Ana Luísa, doou o terreno para a estação da Estrada de Ferro Leopoldina. Na mesma época um engenheiro fundou a Companhia Agrícola Pirapetinguense, que abrangia não só duas fazendas como outras que se lhe agregaram.

O arraial tomou grande impulso; o número de moradores aumentava e fez-se necessário a construção de uma capela maior, visto já estar em ruínas a primeira. Em 1859, por Provisão de D. Manoel Monte Rodrigues de Araújo, Bispo do Rio de Janeiro, Sant’Ana do Pirapetinga foi elevada a curato, independente do de Santo Antônio de Pádua, continuando, entretanto, a ser servido pelo vigário daquela Paróquia. Inaugurada a Estação de Porto Novo do Cunha pela Estrada de Ferro Leopoldina (na época Leopoldina Railway), projetou-se prosseguir o seu trajeto até Carangola, passando por Volta Grande, sem contudo, alcançar Pirapetinga. A expensas da Companhia Agrícola Pirapetinguense, o Dr. Astolfo Pio da Silva Pinto, seu dirigente, projetou e construiu um ramal ligando Pirapetinga a Volta Grande, tendo sido inaugurado por Sua Alteza o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz D. Leopoldina.

A construção deste ramal trouxe novo surto de progresso para Sant’Ana do Pirapetinga. Todo o comércio de localidades adjacentes fazia-se por ali. Já em 1877, organizaram os documentos necessários à elevação à cidade. Chegaram a construir o prédio para abrigar todos os serviços públicos. Questões políticas impediram tal realização. Um ano antes, 1876, o curato de Sant’Anna do Pirapetinga foi elevado à categoria de paróquia, sendo nomeado primeiro vigário o Ver. Padre Francisco Júlio dos Santos, falecido em 1898. Teve como coadjutor o cônego Joaquim Inácio de Melo e Souza. Durante seu vicariato, em 1885, obedecendo o estilo colonial português, construíram a igreja Matriz. Deixando de ser o centro comercial e de escoamento, com a construção da estrada de ferro ligando localidades vizinhas, caiu seu comércio, paralisando o progresso. Mais tarde, a estrada de ferro que antes era o orgulho de Pirapetinga foi relegada a um plano inferior, com a construção da Rodovia RJ-24, que facilitou ainda mais o escoamento dos produtos.

Formação administrativa

Distrito criado com a denominação de Pirapetinga, pela lei provincial nº 1240, de 29-08- 1864, e lei estadual nº 2, de 14-09-1891, ao município de Leopoldina.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Pirapetinga, figura no município de São José d`Além Paraíba.

Assim permanecendo nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920.

Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, o distrito de Pirapetinga tomou a denominação Santana do Pirapetinga o município de São José d`Além Paraíba a chamar-se Além Paraíba.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Santana de Pirapetinga, figura no município de Além Paraíba. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.

Elevado à categoria de município com a denominação de Pirapetinga, pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938, desmembrado de Além Paraíba (ex-São José d`Além Paraíba). Sede no atual distrito de Pirapetinga (ex-Santana de Pirapetinga). Constituído do distrito sede.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído do distrito sede.

Pela lei nº 336, de 12-12-1948, é criado o distrito de Caiapó (ex-povoado de Estação de Caiapó).

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Pirapetinga e Caiapó. Assim permanecendo em divisão territorial datada 1988.

Pela lei nº 845, de 21-05-1993, é criado o distrito de Valão Quente e anexado ao município de Pirapetinga. Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 3 distritos: Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Alterações toponímicas municipais

Pirapetinga para Santana de Pirapetinga, alterado pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923.

Santana de Pirapetinga para Pirapetinga, alterado pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938.

Transferência distrital

Em divisão de 1911, o distrito de Pirapetinga foi transferido do município de Leopoldina para São José d´ Além Paraíba.

Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXVI ano 1959.